Wendy é um artista que sente muito.

Antes de tudo seu trabalho começa por não fotografar, mas sim observar e criar raiz com o que está vendo. Wendy entende a fotografia como um meio, um meio para um fim catalisador para outras formas de arte. Ver não é óbvio, então seu ritual é de sempre chegar mais perto, se aproximar. E seu olhar depois de íntimo é enquadrado numa profundidade visual antes nunca vista. “A fotografia é algo que você pode fazer com qualquer assunto ou qualquer coisa.” Seu trabalho explora a intimidade, a sensibilidade e a abstração. E suas obras desafiam o falso preconceito de que não é possível ver beleza em tudo. Ao fotografar cenários reconhecíveis e abertos a múltiplas interpretações, quem o acompanha é capaz de criar uma ressonância entre um mundo interno e um mundo externo, encontrando um estado inesperado de catarse. E assim descobre que a beleza está nos olhos de quem vê.

Mais artista do que técnico, Wendy fotografa por paixão e não está interessado em perfeição, ele se intriga com a espontaneidade e a imprecisão. O elemento do erro é um fio condutor fundamental em todos os seus esforços. E a força motriz para a construção das suas obras vem do sublime que se revela na intersecção entre o estrago e a beleza. Ao se aproximar, o caminho de expressão de uma estética visual bonita se faz natural. Porque a beleza não foi inventada, ela sempre esteve ali. Bastava ver. Esse é o impulso de pressão que Wendy usa para a salvar a própria vida: se reconhecer no estrago e ainda assim ver beleza.

A fotografia dá-te a oportunidade de usares a tua sensibilidade e tudo o que és para dizer algo e fazer parte do mundo que te rodeia.... Você pode descobrir algo muito maior do que você mesmo.

- Peter Lindbergh